TEXTO > ANNE COIFMAN 
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Professor universitário de Direito Internacional Público, ensaísta e jornalista. Algum palpite? Sim, é ele mesmo, o grande nome da cultura pernambucana, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça. O importante personagem na história pernambucana é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE-1962) e exerceu relevantes funções públicas no Estado de Pernambuco, ocupando, também, os principais postos na área pública cultural do Brasil.

Marcos Vilaça é o sétimo ocupante da cadeira de número 26 na Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de abril de 1985, na sucessão do professor e jornalista Mauro Mota, recebido em 02 de julho de 1985 pelo acadêmico José Sarney. Vilaça também é membro da Academia Pernambucana de Letras, ocupante da cadeira de número 35. Em 2005, tomou posse como presidente da Associação Brasileira de Letras (ABL) em 15 de dezembro. Também foi ministro do Tribunal de Contas da União, do qual foi presidente reeleito.

Apaixonado declaradamente por futebol, ele integra a Diretoria e os Conselhos de inúmeras instituições culturais e esportivas. Marcos Vilaça tem obras traduzidas para o inglês, francês, italiano, espanhol, japonês e alemão, além de ser detentor de inúmeras honrarias e condecorações nacionais e estrangeiras.

Não deixando de citar sua integração no quadro da Comissão Mista de Cooperação Técnica, Científica e Cultural entre os Tribunais de Contas dos Países de Língua Portuguesa, além da sua participação como membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, na qualidade de representante da sociedade civil (Ministério da Cultura).

Sua importância para a cultura pernambucana e brasileira é inspiradora: durante sua carreira, desempenhou funções docentes na Universidade Federal de Pernambuco, na Universidade Católica de Pernambuco e em Harvard (EUA). Também integra os quadros de várias instituições culturais no Brasil e no exterior, entre elas o Instituo Hispano Luso-Americano de Direito e as academias Brasileira, Pernambucana e Brasiliense de Letras e a de Ciências de Lisboa. Entre as suas obras mais destacadas estão “Em torno da sociologia do caminhão” (Rio de Janeiro, INPS/ MC, 1961), “Coronel, coronéis” (Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1965), “O tempo e o sonho” (Recife, Pool. Editorial, 1983), “No paladar das palavras” (Recife, Letras e Artes, 1997) e várias outras.

“Deleitei-me com a obra “Coronel, coronéis” e constatei a sensibilidade de Vilaça para a sociologia e o entendimento do nosso povo”, conta o cantor Alceu Valença. Nascido no município de Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco, em 30 de junho de 1939, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça é filho único de Antônio de Souza Vilaça e Evalda Rodrigues Vilaça. Casado com Maria do Carmo Duarte Vilaça, ele tem três filhos: Marcantônio (falecido no ano 2000), Rodrigo Otaviano e Taciana Cecília.

> FÁTIMA QUINTAS, PRESIDENTE DA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS (APL)

“Eu conheci Marcos jovem, na casa de Gilberto Freyre e na casa de Mauro Mota. Eu era muito ligada tanto a Gilberto quanto a Mauro Mota. Eu sempre passava o final de semana na casa de Mauro, e Marcos Vilaça aparecia com Maria do Carmo para conversar, era uma conversa muito animada, ele (Marcos) sempre foi muito alegre. O que eu destacaria em Marcos seria a sua capacidade criativa, seu dinamismo e sua visão de cultura. Eu acho que nele existe uma forte tendência ao resgate da tradição, claro, sem esquecer a modernidade, mas uma grande preocupação com a sua origem e com a busca de trazer ao presente a história da cultura, dos movimentos culturais, a própria gastronomia, um gosto muito grande em dinamizar a cultura a partir da sua origem, ou seja, da sua cidade. Ele sofreu forte influência dos grandes intelectuais Gilberto e Mauro, sem dúvida alguma. Marcos Vilaça não é apenas um homem de ideias, ele é de lutar para que as coisas aconteçam. Ele está sempre trazendo a realidade cultural do Nordeste à tona”, comenta Fátima Quintas.

> MARLY MOTA, ESCRITORA E ARTISTA PLÁSTICA

Com meus pais e irmãos, trocamos a cidade de Bom Jardim pelo Recife, a terceira capital do país. Meu pai comprara a casa recém- concluída, no bairro da Madalena. Defronte, havia um simpático chalé, residência dos Rodrigues de Nazaré da Mata, família de Evalda Rodrigues Vilaça, mulher bela e inteligente, casada com o escritor e professor Antônio Vilaça, pais de Marcos Vinicios Vilaça. Nesse primeiro encontro, guardei de memória o menino Vilaça, pelas mãos de Evalda, vestido com roupa de marinheiro. Marcos Vilaça, em fase de construção do seu livro “Coronel, Coronéis”, com a parceria do amigo Roberto Cavalcanti de Albuquerque, sempre esteve presente em nossa casa. Muitas vezes, o Coronelismo da Guarda Nacional era assunto esmiuçado, em boutades, onde o gargalhar ecoava além das portas. Eleito para a Academia Pernambucana de Letras em 1965,Vilaça foi recebido por Mauro Mota, no salão do Instituto Histórico e Geográfico, à Rua do Hospício. Do jardim da casa de Limoeiro, colho plantas que Mauro Mota, carinhosamente denominou-as: “Evaldinas”. Com elas, homenageio os rumos da amizade, admiração e compadrio com Maria do Carmo, encantadora e extraordinária mulher, e com o presidente engenhoso, mágico e criativo, Marcos Vinicios Vilaça”.