TEXTO > ELIABE WAGNER 
IMAGEM > COSTA NETO/SECULT-PE

Após estar por anos desativado, o museu do Trem de Pernambuco reabre as suas portas com um acervo rico e interativo. Através de ferramentas multimídias, ele conta, de forma criativa, a história da malha ferroviária do estado pernambucano. Com a exposição intitulada de chegada e partida – A Memória do Trem em Pernambuco, ele reconstrói a memória das estradas de Ferro no Brasil e em Pernambuco. A ferramenta cultural é considerada a primeira do gênero no país, contém um acervo de mais de 500 peças. O museu faz parte da Estação Central Capiba, localizada no centro da cidade do Recife.

A estação central do Recife, desativada em outubro de 1983, foi restaurada pelo Banco do Brasil e pela Fundarpe. Reinaugurado em novembro de 2014, o equipamento cultural, agora batizado de estação Central Capiba, acolhe o novo Museu do Trem, espaço que preserva a história ferroviária de Pernambuco desde 1972, com locomotivas, carros, vagões, objetos e peças históricas sobre a memória ferroviária do estado.

Um dos mais importantes monumentos do patrimônio histórico ferroviário de nosso país, o edifício tem mais de cem anos. Sua existência é um marco importante e testemunho das lutas dos engenheiros e operários brasileiros e ingleses que construíram nossas estradas de ferro. Sua construção está ligada ao desenvolvimento das ferrovias no nordeste, a partir da inauguração da estrada de ferro de Recife ao São Francisco, em nove de fevereiro de 1858, a segunda via férrea implantada no Brasil, outras surgiram desde então, espalhando a civilização e o progresso pelo interior nordestino.

As antigas estações do Brum e de Cinco Pontas tornaram-se acanhadas diante do crescimento do movimento ferroviário. Havia a necessidade de se dotar a capital da província com uma nova estação que, além de abrigar a operação ferroviária e a parte administrativa, significasse, também, um símbolo para a cidade, então em franco progresso.

O MUSEU DO TREM

Em 1972, na antiga estação central, hoje metrô do Recife (METROREC), foi criado o Museu do Trem. Este teve como patrono o sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre e foi orientado pelo então instituto Joaquim Nabuco de pesquisas sociais, hoje Fundação Joaquim Nabuco.

No pátio do Museu do Trem estão expostos um reboque, duas locomotivas do tipo Maria Fumaça e uma locomotiva movida a óleo diesel. Ali, o visitante pode apreciar o acervo iconográfico dos trens que circulavam por vários estados do nordeste do Brasil. o acervo evidencia a história da locomotiva, a história dos trilhos, fotos da primeira locomotiva e de outras estações de trem, trechos férreos com rodas de locomotivas, bem como cadeiras, vidros, janelas e porta- bagagens que pertenceram a vagões de primeira classe.

O museu também oferece aos visitantes centenas de objetos, a exemplo de caldeiras, geradores, baterias, lampiões, sinos, relógios, telégrafos, teodolitos, balanças, telefones, objetos variados (como porcelanas inglesas). Na área externa, o público poderá conhecer carroças e locomotiva a vapor do início do século XX. Uma das melhores máquinas a vapor já construídas, com a capacidade de puxar 70 vagões, é um dos equipamentos em exibição. recursos multimídia também fazem parte da mostra, atualizando e deixando o acervo ainda mais atraente.

Logo na entrada, o público tem acesso a  um vídeo sobre o museu e a história da indústria do ferro e do trem. Em outra sala, intitulada o Túnel, o visitante é surpreendido com uma imagem, em 3d, de um trem que sai de um túnel e vem em sua direção.