Vencedores de prêmios apoiados pela Cepe revelam o quanto o incentivo foi importante para permaneceram na carreira

Álvaro Filho já era jornalista e escritor quando resolveu inverter a prioridade profissional. Queria vencer um concurso literário para, a partir de então, se apresentar como escritor e jornalista. Não que acreditasse que um escritor precisa da chancela de um prêmio para ser considerado bom. Mas Álvaro necessitava desse respaldo para colocar em primeiro plano a carreira literária. Provocado pelo edital do antigo Prêmio Pernambuco de Literatura 2016 – atual Prêmio Hermilo Borba Filho -, promovido pela Cepe em parceria com a Secult-PE e Fundarpe -, escreveu o romance Curso de Escrita de Romance -Nível 2 (Cepe Editora), e dele saiu vencedor. Desde então, Álvaro, que se mudou para Portugal para fazer doutorado em comunicação, foi semifinalista do importante Prêmio Oceanos, em 2017, e publicou mais dois livros, nos anos seguintes, um em Portugal e outro no Brasil. “Atualmente estou escrevendo um livro sobre a quarentena pela Covid-19. Todos os dias as pessoas podem acompanhar a produção na minha página no Facebook”, revela. O projeto se chama Delito, amor e pandemia, e quando Álvaro concedeu essa entrevista estava no quinto capítulo, na terceira semana de quarentena.  O final dessa narrativa tem previsão: abril. Já o da quarentena, até agora, ninguém sabe. 

 Resta a Álvaro e a todo mundo seguir em isolamento social, e da melhor maneira possível: lendo, escrevendo… A cearense radicada na Bahia Zulmira Alves Correia, 23 anos, – vencedora da 5ª edição do Prêmio Cepe Nacional de Literatura, na categoria Poesia, com o título As cartas de Maria – aguarda ansiosamente a publicação da sua obra, prevista para este ano. “Ter ganhado o prêmio foi a concretização de um sonho antigo. Gosto de escrever desde criança, e esse livro, em especial, traz histórias da minha família. O prêmio vai me abrir portas, pois é um prêmio de reconhecimento e valor nacional, sem contar que fui a mais nova a ganhar e também a única que não era ligada a nenhuma área de escrita, literatura ou jornalismo, como os outros participantes (sem tirar, é claro, o valor deles). Quero dizer apenas que isso desperta a curiosidade de muitas pessoas. Você não tem noção do quanto isso me fez confiar mais ainda no meu trabalho”, confessa. Enquanto esse dia não chega, Zulmira já colhe alguns louros, como matérias em jornal de circulação nacional e retorno de mais seguidores no Instagram. Sem deixar de produzir e refletir sobre o momento atual através da escrita, e de projetar obras mais para frente – com parte do dinheiro do prêmio ela pretende publicar uma obra de ficção já em andamento.  “Também tenho escrito uma seção no Instagram chamada Diário de quarentena: poesia do caos, e também Diário de quarentena: confidências, versos e saudades (penso até emtransformar em um pequeno livro posteriormente!)”.

“Prêmios para obras inéditas são fundamentais porque privilegiam, antes de tudo, a qualidade e o potencial de uma obra, e não uma trajetória e um nome.  Além de ser uma forma de buscar bons originais para a editora, concursos como os Prêmios Cepe Nacional trazem um papel essencial: o de não só publicar autores estreantes, mas de destacar – merecidamente – essa estreia em um mercado editorial amplo e competitivo. A solidez da obra e da trajetória desses escritores é mais um atestado de que esse é um caminho importante para os dois lados”, afirma o editor da Cepe, Diogo Guedes.

ALCANCE 

A maior satisfação do escritor Camillo José em relação ao 4º Prêmio Pernambuco de Literatura – no qual foi vencedor na categoria Poesia, com o título A Dakimakura flutuante – foi a aproximação com o leitor.  “O prêmio me trouxe ótimas oportunidades de estabelecer vínculos e expandir as possibilidades dentro do meio literário; mas creio que a principal projeção alcançada (a mais importante para mim) foi a chance de ter contato com uma grande diversidade de leitores”, afirma. A publicação do livro, portanto, possibilitou diversos alcances. “Desde a publicação do livro eu tenho tido um retorno muito positivo de pessoas que conheceram os textos das formas mais inusitadas: em bibliotecas escolares, achados na rua por meio do projeto “Livros livres”, entre outros contextos.  É muito bonito, por exemplo, quando alguém envia mensagens pelas redes sociais para dizer que conheceu o livro por acaso e gostou. Esse tipo de interação permite que o livro encontre leitores que talvez não conheceriam meus textos em outras circunstâncias”, diz.

A descoberta de novos leitores também se deu com o projeto Outras Palavras, promovido pela Secult-PE e Fundarpe, de visitar escolas públicas apresentando as obras vencedoras do prêmio. “Cada visita a uma nova escola me proporcionou ótimas conversas em que era possível estabelecer um diálogo muito dinâmico e sincero com os alunos”. As referências à cultura pop dos anos 80 e 90 também atraíram muitos leitores. “Graças ao prêmio, mesmo alguns anos após a publicação, situações como essas ainda acontecem e me enchem de alegria”.

Também graças ao Prêmio Hermilo o autor Carlos Gomes viu as portas do mercado literário e editorial se abrirem. Editor do projeto Outros Críticos, que produz revistas e coletâneas musicais, Carlos ganhou o prêmio na categoria Poesia com o título Êxodo. A partir de então participou de feiras literárias e de pequenos circuitos de literatura da cidade. “Assim conheci muitos escritores, e publiquei mais dois livros”. Formado em Letras, Carlos acabou trabalhando na cadeia produtiva do livro, fazendo o copidesque dos títulos dos prêmios que vieram depois. 

O mesmo trabalho de copidesque tem feito Enoo Miranda, só que em Nazaré da Mata, onde trabalha e reside. Também licenciado em Letras, o autor conta que após a premiação conseguiu levar trabalhos de formação e editoração que já desenvolvia em uma escola estadual do seu município para outras regiões do estado.  “Tenho feito oficinas, produzido lançamentos de livros por um selo literário próprio e prestado serviços de copidesque e revisão textual de originais”, revela Enoo, vencedor do 5º Prêmio Pernambuco de Literatura com a obra de poesias Chã. “A parte da premiação que diz respeito à publicação foi um divisor de águas para mim, que, até então, conseguia circular com mais frequência através da articulação com coletivos e ações locais e/ou publicações coletivas. Ter um título que transpõe o gargalo da distribuição e chega às livrarias, publicado pela Cepe e respaldado por uma comissão formada por outros escritorxs, editorxs e demais pessoas que compõem a cadeia do livro é, de certo modo, ser legitimado. A partir disso, pude expor com mais intensidade outros trabalhos próprios e ampliar consideravelmente o raio de alcance daquilo que eu faço nessa área de atuação”. Os livros podem ser adquiridos na loja virtual: https://www.cepe.com.br/lojacepe/

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Carlos Gomes – (81) 98718-8060

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