Médico radiologista desmistifica o exame de Raio X

Ao longo dos anos, as doses necessárias para diagnóstico foram bastante reduzidas e otimizadas, assim o risco de se haver um câncer induzido exclusivamente por radiação ionizante em exames de imagem, é baixíssimo, para não dizer fictício

Muitos são os mitos que envolvem os exames de raio-X, deixando os pacientes com dúvidas, e alguma vezes com receio, em relação a esses procedimentos. Ao longo dos anos, a radiografia evoluiu bastante e os exames têm se tornado cada vez mais modernos e eficientes nos diagnósticos. “É possível avaliar quase todos os órgãos pelos métodos de imagem, apesar de existirem métodos mais recomendados para alguns deles. Por exemplo, é melhor fazer uma endoscopia para avaliar o estômago. O que sempre deve ser levado em consideração é a relação risco X benefício ”, explica o radiologista Dr Marcos Miranda Filho, do Lucilo Maranhão Diagnósticos. Desde a sua descoberta, em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen, fato que o levou a ganhar o Prêmio Nobel, o método evoluiu, as doses foram moduladas, assim como os posicionamentos e aparelhos.

Segundo o radiologista, os aparelhos de raio-X emitem sim radiação ionizante, que pode contribuir com mutações genéticas que levam à neoplasias (cânceres), mas esse risco está relacionado outros fatores, como: a quantidade de dose de radiação aplicada, tempo de exposição, quantidade de vezes que o exame é feito e, inclusive, a própria suscetibilidade do paciente. “Ao longo dos anos, as doses necessárias para diagnóstico foram bastante reduzidas e otimizadas, utilizando-se sempre o conceito ALARA (As low As Reasonably Achievable), em outras palavras utilizar a menor dose necessária para o diagnóstico) assim o risco de se haver um câncer induzido exclusivamente por radiação ionizante em exames de imagem, é baixíssimo, para não dizer fictício”, afirma Miranda Filho.       

Qualquer pessoa pode fazer exames de raio-X, inclusive pacientes com marcapassos ou próteses metálicas no corpo. Em alguns casos, ele é usado para verificar se as próteses ortopédicas foram devidamente colocadas, se estão íntegras ou se partiram após uma possível queda ou trauma. Porém, é preciso verificar algumas situações com cautela. Como, por exemplo, quando o paciente se trata de uma criança. Pela pouca idade, existe a possibilidade de que esses exames sejam necessários em outros momentos de sua vida, então é sugerido que o caso seja bem analisado para que não haja uma exposição desnecessária ainda cedo.

Ainda de acordo com Dr. Marcos, grávidas também podem se submeter aos exames de raio-X, desde que seja realmente necessário realizar o exame para definição de conduta médica. Ele explica que é possível colocar capotes de chumbo para proteção radiológica na região da barriga e assim, proteger o bebê da radiação principal. “O médico e o técnico de RX devem ser avisados até mesmo sobre uma possibilidade de gravidez para que eles possam tomar as precauções necessárias”, alerta.